Na trama, Matthew McConaughey interpreta o ex-piloto Cooper que tornou-se agricultor após ter deixado a NASA. Contudo, com a Terra tendo suas reservas naturais cada vez mais consumidas, um grupo de astronautas recebe a missão de verificar possíveis planetas para receberem a população mundial, possibilitando a continuação da espécie. Cooper é chamado para liderar o grupo e aceita a missão sabendo que pode nunca mais ver os filhos. Ao lado de Brand (Anne Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de uma nova casa. Com o passar dos anos, sua filha Murphy (Mackenzie Foy e Jessica Chastain) investirá numa própria jornada para também tentar salvar a população do planeta.
Após tantos anos em crescimento de público, investimentos e tramas diversas, o gênero da ficção sofreu um novo impacto com Gravidade. O filme conseguiu alcançar um novo patamar dentro da forma com que foi desenvolvimento, podendo assim voltar a estimular projetos que envolvam o espaço em uma ambientação dramática e em busca de respostas. Entretanto, por incrível que pareça, Interestelar também já estava acontecendo. Praticamente um ano depois, o título foi lançado e apresentou a sua própria linha de acontecimentos.
E olha, o interessante da produção de Christopher Nolan é exatamente a sua capacidade em misturar perguntas, a busca por respostas e o amor familiar dentro de uma única narrativa. Desde o começo tal diferença já se faz presente, já que um questionamento da pequena Murph sobre um “fantasma” em seu quarto acaba levando o filme para outras questões. Logo o sentimento de pai e filha é levantado através do seu relacionamento próximo e a missão que é entregue ao protagonista. Contudo, a busca por resultadas acaba sendo cada vez mais relevante e necessária para a continuação da vida humana. E é exatamente aqui que lógica e sentimento acabam se misturando e transformando a narrativa em algo ainda maior.
É claro, para deixar o projeto ainda mais impactante dentro da sua proposta, direção, fotografia, trilha sonora e efeitos visuais passam a ser essenciais em todas as cenas. A trilha, por exemplo, é uma das partes mais interessantes na produção e se mostra eficiente em criar um clímax quase que constante desde o seu início. Enquanto isso, os outros aspectos são completamente alinhados em busca de um resultado fantástico, que acaba sendo alcançado através de tudo o que é mostrado. A verdadeira magia cinematográfica se faz presente e consegue causar emoções através de imagens. Além disso, o elenco ainda é completamente competente em seu desempenho. Desde a jovem Mackenzie Foy, até o, mais uma vez, excelente Matthew McConaughey, é possível notar que todo o desenvolvimento também necessitava de um elenco para apresentar o conteúdo que Nolan queria. Afinal, a física vai ficando de lado e os momentos envolvendo desespero, solidão e amor ficam mais intensos e necessários ao longo da trama e destacando assim as grandes atuações de todo o elenco.
Por mais que existam comparações, a verdade é que Interestelar consegue causar exatamente o que queria na cabeça do seu espectador. Além de mexer com a lógica, criar imaginações futuras e buscar respostas, o projeto ainda mexe com o espaço e tempo exatamente para relembrar e aprofundar ainda mais a relação de Murphy e Cooper. Entre os momentos mais tocantes está a volta do ex-piloto de uma missão e o encontro com gravações armazenadas ao longo de anos. Ali o filme começa a mostrar ainda mais os seus impactos e também a se preparar para uma nova virada. A questão temporal logo começa a ganhar espaço novamente dentro do roteiro e suas missões, resultando no início de muitas respostas e na volta do embate entre lógica e sentimento. Ao final, com tudo se encaixando aos poucos dentro das questões impostas, os sentimentos vão tomando conta dos acontecimentos até o seu desfecho cativante.