Algo é claramente reconhecido por todos aqueles que gostam de filmes e séries de heróis: a Marvel teve uma das melhores ideias de todos os tempos ao começar o desenvolvimento do seu universo cinematográfico. De lá pra cá muita coisa aconteceu envolvendo personagens como Homem de Ferro, Hulk, Capitão América, Thor, Viúva Negra e muitos outros. Contudo, até onde isso é possível? Quais as repercussões dos acontecimentos isolados em um conjunto? E pensando nisso eles ainda desenvolveram o filme dos Vingadores, mostraram mais situações e consequências. Não satisfeitos, criaram uma série de TV com uma equipe liderada por Phill Coulson. A repercussão para tal atitude foi grande e claramente explicativa, já que a organização tantas vezes citada e liderada por Nick Fury precisava de foco em seus outros casos como acontece em Agents os S.H.I.E.L.D.
Na trama, após a batalha de Nova York, o mundo mudou para sempre. Um cenário extraordinário de dúvidas foi revelado. Em resposta, o agente Phill Coulson – que ressurge misteriosamente – reúne uma equipe de elite com os talentosos agentes e oficiais: Melinda may, Grant Ward, Leo Fitz, Jemma Simmons e uma nova recruta civil, a hacker Skye. Juntos, eles investigam tudo o que é novo, estranho e desconhecido por todo o planeta, protegendo o comum do incomum. Mas cada resposta desenterra ainda mais perguntas perturbadoras que ecoam por todo o universo cinemático da Marvel: Quem é o “Clarividente”? Qual é o grande plano sinistro por trás de tantos acontecimentos? que segredos sombrios estão por trás das origens desconhecidas de Skye? E o mais mais importante de tudo, em quem se pode confiar?
É realmente mais um grande passo da Marvel Studios desenvolver uma série completamente interligada ao que acontece na tela grande, aproveitando assim seus acontecimentos anteriores como repercussão e motivações para introduzir outros tantos aspectos. Contudo, existem grandes momentos de oscilações nos roteiros de boa parte da primeira temporada. Não pelos segredos ou situações envolvendo espionagens, mas pelos temas escolhidos em alguns momentos que não vão agradando como poderiam. Por exemplo, ideia de mostrar o Graviton logo no início do programa foi interessante, mas não a forma utilizada para tal. Além disso, outros casos envolvendo inimigos iniciais fazem com que a temporada pareça estar dando voltas. Contudo, vale ressaltar o grande aspecto da produção. Perfeito desde o cenário, até os efeitos necessários para o seu desenvolvimento.
Entretanto, nem tudo são problemas no título em questão. Mesmo com uma temática que por vezes parece estar perdida, vale ressaltar os personagens protagonistas, os seus desenvolvimentos e também suas relações. E mesmo recheado de diferenças, cada nome tem sua importância no desenvolvimento de cada capítulo. Fitz e Simmons (Ian De Caestecker e Elizabeth Henstridge) são excelentes, servindo por vezes como uma válvula de escape para descontração do programa ou então como representação de gênios nerds, mas também sendo bem utilizados para solucionar outros aspectos. Além disso, o time ainda é completo com as competências em batalhas de Melinda May (Ming-Na Wen), Grant Ward (Brett Dalton), Phil Coulson (Clark Gregg) e a hacker e novata Skye (Chloe Bennet). E claro, as atuações de todos os envolvidos são excelentes e servem para levar o espectador a gostar ou odiar cada um.
O desenvolvimento pode até não ser o dos melhores inicialmente, o andamento vai oscilando muito como citado, mas o programa vai aos poucos conseguindo entreter o espectador como deve. Cada episódio vai conseguindo subir um pouco do nível, além de contar com ótimas referências aos heróis em momentos inimagináveis ao serem utilizadas como expressões no cotidiano da equipe. Além disso, os mistérios vão cercando toda a trama e criando certas curiosidades, esperando sempre um momento x ou y para descobertas. É por vezes algo certo, por outras errado. Em certas situações as expectativas criadas são maiores do que o motivo quando descoberto, enquanto em outros é correspondente ao que se espera. Ainda assim, cada um deles compensa para um novo conhecimento dentro de um mundo em que o impossível se faz presente.
Entretanto, a maior surpresa da primeira temporada acontece mesmo no episódio 1×17, quando os acontecimentos do filme Capitão América – O Soldado Invernal acabam gerando uma grande reviravolta dentro do programa. A partir de então, tudo começa a ser explicado e o roteiro fica muito melhor. Os mistérios são mais interessantes, assim como todos os acontecimentos recheados de dúvidas, traições e respostas. É claro, outras perguntas também são criadas. O formato passa a funcionar melhor em tal parte, parecendo uma clara divisão entre o passado e o que está por vir. Situações inesperadas também acontecem, assim como traições são reveladas e a intensidade se fazendo cada vez mais presente até o último momento. Ou seja, se Agents of S.H.I.E.L.D. fosse analisada apenas pela sua reta final seria fantástica em todos os sentidos. É por tal aspecto e seus personagens que a série vale realmente a pena ser vista.
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