A MULHER DE PRETO 2 – ANJO DA MORTE | LITERATURA

A Mulher de Preto 2 - Anjos da Morte
A Mulher de Preto 2 – Anjos da Morte

Sem preconceito: não é preciso ver ou ler a primeira parte para entender a segunda. Quando o livro da editora Record chegou, o primeiro pensamento foi justamente esse: vi o primeiro filme, com o eterno Harry Potter, Daniel Radcliffe, tirando os últimos quinze minutos, não achei tão mal.

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Martyn Waites, inspirado pelos filmes da Hammer, famosa pelos longas de terror, escreve um thriller assustador para o público jovem que tem o ritmo cinematográfico que o preguiçoso pode encontrar em cartaz nos cinemas. O livro, no entanto, merece ser lido pelo apreciador das histórias de terror do nível da Hammer, e parabéns ao autor por isso.

Ao conhecedor da história pregressa, muitos momentos trazem múltiplos significados, como o eixo central da história, a travessia para a velha casa ou o espaço queimado na cidade. Porém, nada que comprometa a segunda parte e sua autonomia.

Com o olhar da câmera, o narrador em terceira pessoa acompanha os personagens em momentos de tensão, por vezes oscilando entre diferentes ações em um mesmo capítulo, como o corte de um bom editor a ditar o ritmo da narrativa. Isso aumenta o suspense que, se não tem profundidade de personagens, traz uma história que se desenvolve por décadas.

Na primeira parte temos carroças e uma vila temente à casa abandonada. Na segunda parte, esse livro, o contexto é outro: Segunda Guerra Mundial. Abalados pelos bombardeios nazistas em Londres, as crianças buscavam refúgio no campo, e com um grupo seguem as professoras Eve e Jean, a primeira sensível, a segunda uma rocha aparente.

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O grupo segue até uma casa em uma vila abandonada, onde escutam vozes de criança na chegada num coro que repete: “Jennet Humfrye perdeu seu bebê. No domingo morto, na segunda achado o corpo. Quem será o próximo a morrer? Deve ser VOCÊ!” No início isso nada significa na cidade deserta, exceto por um velho cego. Ao longo da trama, o verso ganha significado, assim como as sombrias vozes das crianças.

Entre os refugiados de Londres está Edward, que perdeu a mãe num bombardeio, como acompanhamos no início do livro. Ele brincava numa casa abandonada do outro lado da rua quando a mãe, ciente dos aviões que se aproximavam, foi chamá-lo. Quando ele se levantou para ir, um estouro e lá estava a mãe, morta sob os escombros da casa. Mudo e com sentimento de culpa, Edward segue pela história isolado em seu mundo…

…mas conversa com o vulto da mulher que ronda a casa. O manto escuro e o rosto branco como osso não o assombram e ele se torna personagem fundamental para o desenvolvimento da trama. Quando começam as mortes na casa, até mesmo as crianças começam a discutir sobre a relação que ele tem com as baixas.

Eve, a professora mais sensível, percebe a presença da assombração e tenta entender o que acontece antes de reagir, o que pode demorar demais, mas conta com a ajuda de um oficial do exército inglês, apaixonado por ela, mas que carrega um trauma de guerra. Com esses personagens principais, a trama segue por momentos de escuridão, quase todos dentro da casa assombrada.

A ação é incessante do início ao fim, a presença da mulher de preto não deixa o leitor relaxar, pois quando não é o vulto que aparece, as sombras de mofo ocupam partes da casa. E quando as crianças rezam, apelam ao anjo que as venha proteger. O subtítulo do livro é Anjo da morte.

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Ao jovem leitor, apenas atente a alguns pequenos erros de tradução ou, mais ainda, de revisão. Na correria cotidiana, parece que a pressa é maior que a capacidade dos revisores de texto e muitas pequenas incorreções surgem ao longo do livro. Mas o que tira o sono do leitor é a mulher de preto.

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