OS BOXTROLLS | EM DVD / BLU-RAY

Os Boxtrolls
Os Boxtrolls

Pode se dizer que depois que a Disney/Pixar elevou alguns representantes do gênero animação ao status de obra-prima quando passou a inserir um conteúdo mais adulto em meio a metáforas e infantilidades que nunca afastam o público primordial, as crianças. As concorrentes tiveram de se adaptar, e mesmo mantendo suas características, passaram a incluir o “algo a mais” que evitam o lugar comum. Porém, com exceção à DreamWorks com a ótima franquia Como Treinar seu Dragão (2010 e 2014), nenhum outro estúdio americano conseguiu surpreender. Tentando um lugar ao sol, a Laika Entertainement traz mais uma animação com estilo peculiar de stop-motion, conteúdo sombrio, com personagens bizarros e um humor áspero que atrai mais adultos do que crianças. Além, de mais uma indicação ao Oscar na categoria na bagagem.

- publicidade -

O garoto Ovo desapareceu nos esgotos da cidade de Ponte de queijo e desde então é criado pelos estranhos Boxtrolls, criaturas dóceis e meio amalucadas que vivem no submundo e só saem para à superfície à noite. Eles são caçados por Archibald Snatcher e sua gangue de bobalhões para que um dia capture todos e o prefeito seja obrigado a cumprir sua promessa de dar um chapéu branco, um honraria somente restrita aos mais importantes cidadãos da cidade. Aos poucos o vilão vai conseguindo capturar os Boxtrolls, que se resignam e não tentam salvar os amigos. Porém, quando Peixe, uma espécie de pai para Ovo, é capturado, ele sob à superfície com a missão de salvar Peixe, e para isso acaba ganhando a inesperada ajuda da garotinha Winnie, a filha do prefeito.

Tudo bem que o estilo da Laika é bem demarcado e vem colecionando fãs desde o excelente Coraline e o Mundo Secreto, e que ainda consegui aplausos com ParaNorman, mas, talvez ainda falte algo que “endureça” o roteiro deste Os Boxtrolls. Mas o roteiro de Anthony Stacchi é bem menos interessante que os antecessores da produtora. Claro, que é importante destacar que segue uma linha narrativa constante, que respeita as características que os tornam peculiares, tais como o teor sombrio, como fosse mais para assombrar que para divertir. Contudo, não traz algo de “novo” dentro do gênero, como um mundo paralelo e zumbis.

Assim que conhecemos toda a história é fácil que identifiquemos a trama de Tarzan, que foi criado na selva e depois luta pra salvar sua nova família, contando com uma ajuda externa de uma “humana”. Além disso, bichinhos bizarros, engraçadinhos e onomatopéicos logo nos remetem aos amarelinhos fofos de Meu Malvado Favorito. Seja por uma tentativa de se aproximar mais do público infantil ou por uma simples coincidência, o roteiro, mesmo que redondo, não consegue um padrão de peculiaridade no texto com a mesma intensidade com que sua identidade visual já se sacramenta.

Essa identidade, por sinal, já consegue um espaço para o estúdio no limitado grupo que domina as ações em Hollywood. Os traços imperfeitos e as sombras predominantes no desenho de produção remetem ao Expressionismo Alemão dos anos 20, até mesmo no teor soturno, quase fantasmagórico, em que as histórias são contadas. Talvez seja essa característica que tenha conseguido encantar a crítica de forma a conseguir com que seus três filmes produzidos até o momento fossem finalistas na categoria de melhor animação no Oscar da Academia.

- publicidade -

Os Boxtrolls foi o mais infantil e provavelmente o que mais agradou às crianças que a Laika Entretainement fez, mas ainda assim, não é nada que justifique seu lugar entre os excelentes Como Treinar seu Dragão 2, Operação Big Hero e O Conto da Princesa Kaguya no Oscar este ano. E se o estúdio tem a intenção de se tornar tão grande quanto suas concorrentes mais poderosas, terá de encontrar um modo para equacionar arte e entretenimento, sem perder sua identidade visual, mas mantendo a originalidades de seus primeiros longas.

Classificação:
Bom

- publicidade -

Notícias Relacionadas

Jornada Geek + Lolja

Últimas Notícias